se chamam a Ti até de Pai percebo o quão longe chegaste e ensoberbeço o espírito em um êxtase que inspira parceria, sinto-me um dos Teus e contemplo meu corpo como Santo. Mas ainda restam em mim tantos vestígios de carne sangue ossos, ainda sou tão pedra, Altíssimo, ainda perdura por mim o pânico dos dias, tantos nós na alma, meu dedos tremem como se houvesse entre eles algo cuja força para segurar fosse o fracasso, o entorpecimento do que sou sinto faço tenho, solicito flores. Vejo em meus aposentos mais de quinhentos livros folha por folha tragados concisamente por essa fome de Cão-vermelhento. Coloco fogo em velas de todos os tamanhos, toras imensas estreitos filetes de cera, coloco em fogo todas as coisas das quais não tenho domínio, Senhor. Quanta vergonha por meus filhos. No fim das contas, acendo a mim, agente de Vida-amor, acendo e Ilumino pois sei que sonharam a mim toda a pele, ressurgindo em mim tudo o que não é lástima. Sou incêndio enquanto gente, é como se estivesse por dento de Ti aguardando explosão, arrebatamento do Teu crescer em mim: reviveria todas as minúcias para que o Amor-vida jamais morresse.
Deus me disse
que nascer é uma dor
que eventualmente
é esquecida
Morrer é uma dor
sentida pelo
esquecimento ?
5 comentários:
agrada-me aos saltos esses disparos e todo um cartucho de prados cujas delícias são para a boca o tanto que o tempo é para a mão. envelheço e ardo, mas minha imorredura é esta: ler. uma santidade, uma altura.
amém, sebastião.
nossa, imorredura foi a palavra mais bonita da minha vida.
"mais de quinhentos livros folha por folha tragados concisamente por essa fome de Cão-vermelhento" e essa lógica aqui:
"Deus me disse
que nascer é uma dor
que eventualmente
é esquecida
Morrer é uma dor
sentida pelo
esquecimento ?", puta que pariu também.
everytime u write i die a little
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