sábado, 28 de junho de 2008

risco o fusco
lusco dos versos
amargo e triste por cousa
alguma e te encontro
ao menos encontro
qual ramos
amorfos ainda domingo
a parir esperança
alguma por entre as pernas
escorro líquida e absorventes
meus atos meus surtos
meus meus somente meus
e quando sigo ao alheio sou turva
e pouco me vale o que sou ao lírico
ainda que vivo soubesse a libido
ainda que fosse água límpida
e meu curso fosse de anil
e meu sábado de tequila
sal cerveja gelo limão
e me batesse o ponto das horas a fio
das noites em dia
todas em claro
em escala de trabalho
doze por trinta e seis
acordo às sete
visto-me às oito
salto do trem e fico
das dez às dezoito.

Um comentário:

Bruno Reynaldo de Abreu disse...

Sempre leio. E tenho achado cada vez melhor. Ainda mais nesse caderno novo, que vai receber muito mais textos. Cada vez melhores. Peixe precisa de luz.