eu canto dentro da flor ela abre
nácar que insiste em ser toda a minha salva
um coração preciso
fosse deitar na minha boca extrema
vulcã a baba um dia doce e hialina ela abre
xícaras de quanto é bordado o rosto fogo
num bicho que eu canto cheiro
a mato alto e limpo
eu invado com o sangue essa flor
buril de fome exata e feitura inteira afeto
ela encosta abre seu nome em mim
redondo com uma saúde rufa lava
o meu apetite
segunda-feira, 9 de junho de 2008
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2 comentários:
Eis uma das coisas mais belas: essa poesia de corpo cheiroso e embasbacável de Sebastião.
Permissão para um diálogo:
AMANHAÇÃO
eu escavo teu corte generoso
polido perianto dos meus anos.
com os botões do teu seio
te desmonto a tez, e tento
temperar no olho os aforismos
da minha vida amalgamada à tua.
passo pelúcia na tinta da caneta
se te escrevo um fragmento nosso
e emborco em teu espelho flor de nácar
meu enchido arroubo soçobro ato
em concha encaixe de atavio.
puxa vida... nem sei o que dizer.
mas digo então que não sei, que nunca sei como regressamos a essa coisa que nos nos soçobra, nos escava, nos abre para o nada...
obrigado, eduardo, pela partilha e o encontro.
s.
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