sexta-feira, 13 de junho de 2008

brilhando brilhando brilhando

misturado com deus
eu tinha uma bala caída no chão da área
eu tinha um serviço de santo na minha testa
no meu colchão os cabelos de palha
o betume do parto o calçamento

misturado com o poste
sabes que há sangue no urinol
sabes que é uma resignação mofada de medo
no teu pedaço de abrigo a meia boca
o assunto todo esburacado pela parede

misturado na gente
são cadelas roçando as revistas capitais
são as pernas imbecis pelo chão
em nossos dentes oxidados a chave enfiam
uma notícia pelo bagaço da latrina

4 comentários:

Sebastião Edson Macedo disse...

julia,
para dialogar com o teu parto, um tanto de água salgada e ainda viva.

mel,
para vc conhecer uma água mais escura do meu rio fantasma.

j disse...

caralho...

pari, apartei e acabei com a boca no ó.

j disse...

estou lendo w. h. auden. obrigada.

Anônimo disse...

sebastião,
nunca vi água escura nem rio fastasma mais bonitos.