Nada em mim prolonga-se mais de ti, percebes, então, a tristeza ? que tu tenhas dó de tua casmurrice enquanto eu acabo por consumar minhas lembranças enquanto Haydée-mirone querendo conter em si as crueldades ranços o postergar-se diante dos acontecimentos, desencontros, retendo nos olhos o brilho de ser tantas, de ter tantas, e sentir a si mesma miúda parva arroxeada, cheia de nós, truncada - TROCADA
Hans sobe os degraus como quem não sabe que o bem e o mal coexistem e estão circunscritos em sua própria morada, longilíneo Hans permanece a subir como se não houvesse queda, como se o abismo fosse abrigo dos tresvarios de Haydée, imune que está Hans sequer fala coisa qualquer, só pensa no alto, na subida, na Vida, e esquece, o pobre, completamente da Vida que instalou-se por entre os joelhos das duas pessoas que foram, olvidando da alma em espectro de amores que lhe fora oferecida
como diria eu, Haydée que amo a ti sem que isso parecesse absurdo ?
diz de fronte a esta que agora masca seus próprios pecados, diz que há um perdão a ser pedido que há alma-Hans nos pequenos espaços do teu corpo prolixo, juventude d'O Grande, Bendito-seja teu júbilo de mim, constato como dados exatos física cálculo: eu morro quinhentas vezes, morro e alma insiste, obstina-se a crescer
pergunto-me se no mérito de ser eu, na rouquidão dos sons de Haydée, se é possível que me ames, como se estivesse tudo apertado em uma nuvem de tranqüilidade, como se o peito em mim - que escorre escorre - pudesse saber dessas sutilezas, como poderia eu de forma qualquer entender, se a própria Vida não percebe ?
2 comentários:
que texto perfeito, mel...eu li e me deu um aperto no peito. como você faz isso? é indescritível, mas você sempre arruma palavras.
um dos meus favoritos ever. salvarei junto com tantos outros seus que tenho guardado. lindo demais!
caralho, mel... geral num braço só. acho que esse texto contempla muita coisa. acho que eu tô vivendo ele. o tempo todo.
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