quarta-feira, 13 de agosto de 2008

para Fabio S.



de lonjuras me pus ao chão, os braços fazendo cruz e pequenos versos vieram a mim chegados de um anoitecer turvo empretecido, era fervura inteira a minha pele e na incandescente superfície tua me borbulhava de temor e estado de glória, quis morrer pelo luto das minhas próprias palavras, mas não poderia ser assim esses braços cruzados em prece 
eis aqui meu regresso e por esse motivo vejo tuas feições padecentes de medo, há pouco resignei em mim que não mais te veria - te veria em muitos outros, agora aqui estou muito viva e força é o que a mim não falta
força mesmo é quando te afastas e só que estou sendo produzo versos através da amendoeira
imperiosa ? sou é fraca
sozinha em mim o tempo transmuta-se em luz
estive à sombra da amendoeira já que a brancura das paredes queimava de mim os olhos pendentes e secos aos extremos de minha própria carne
eis aqui minha via de excesso

Um comentário:

Sebastião Edson Macedo disse...

belíssimo, mel. de uma força exultante.
obrigado por escrever.