sebe
quando eu era triste e feliz
a minha bebida preferida acordando os balões
e a cacimba velha velha de rocios claros
quando havia tu ânfora tenra para toda sede
sabes que a terra é grande
jocunda que não importa o relento
a que as escolhas direito vão dar
o meu feitio é de espera e magma
e aro
que haja tu paineira prenha ao sol sebe
quando eu abro sua boca e me estou à mão
é então que eu sou feliz e sou triste
e o teu contorno vai no céu e volta
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
onze-horas
eu falo das flores eu falo do orvalho
e tudo de mim se desata do lírio
espero um dia de sol
e estou sentado à sombra
quanto mais eu leio
mais vazia a folha à minha frente suplica
desnuda a cada linha que publico
a cada linha que escondo
a cada outra que nem deixo vir
pelo menos mais setecentas páginas
e tudo de mim se desata do lírio
espero um dia de sol
e estou sentado à sombra
quanto mais eu leio
mais vazia a folha à minha frente suplica
desnuda a cada linha que publico
a cada linha que escondo
a cada outra que nem deixo vir
pelo menos mais setecentas páginas
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
para Fabio S.
eis aqui meu regresso e por esse motivo vejo tuas feições padecentes de medo, há pouco resignei em mim que não mais te veria - te veria em muitos outros, agora aqui estou muito viva e força é o que a mim não falta
força mesmo é quando te afastas e só que estou sendo produzo versos através da amendoeira
imperiosa ? sou é fraca
sozinha em mim o tempo transmuta-se em luz
estive à sombra da amendoeira já que a brancura das paredes queimava de mim os olhos pendentes e secos aos extremos de minha própria carne
eis aqui minha via de excesso
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
adornando
a recordar caminhos outros de mim
percebo o fluxo diferente de meus corpos
parece que mudam, corpo e mente, a tempo vário
e que me esqueço de quem sou
e me fui tantos que nem sou nem
sei apenas quantos passos fui afora
margeando covardia
"verão sagrado que sou"
verão que nada
todos de gelo pontiagudo
eu minhas pétalas
adornando túmulo
percebo o fluxo diferente de meus corpos
parece que mudam, corpo e mente, a tempo vário
e que me esqueço de quem sou
e me fui tantos que nem sou nem
sei apenas quantos passos fui afora
margeando covardia
"verão sagrado que sou"
verão que nada
todos de gelo pontiagudo
eu minhas pétalas
adornando túmulo
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
"entregue suas palavras numa folha de aula"
poema de julia pastore
seus olhos pronunciam
meu filho
chutando de outra mãe
o seu que não assumi
por não assumir a mim o pai
ele terá meus olhos
que o buscaram por todo o vazio
(e teria sido o mesmo
com o ventre mais largo)
sim estou sentindo
algo que não amor mais
não nostalgia nem vontade
estou a sentir
estou a conjeturar o sim
os talvezes
e a viver os nãos
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